O
acidente com o avião cargueiro MD-11 da Centurion Cargo, que interditou
o Aeroporto Internacional de Viracopos por 45 horas, serviu para
mostrar que o terminal de Campinas não está preparado para enfrentar
situações como essa.
O principal problema nem foi a inexistência do chamado recovery kit, o conjunto
de equipamentos para remover aeronaves avariadas da pista de pouso e
decolagem, como culpada pelo caos, porque são poucos os aeroportos no
mundo que dispõem desse equipamento. O que faltou, de fato, foi preparo
das pessoas em lidar com o acidente, segundo especialistas.
Aeroporto
parado é prejuízo que ninguém quer assumir. Foi apurado, no entanto, que os técnicos da concessionária já estão
discutindo um plano B para desencadear na eventualidade de a pista
voltar a ficar interditada. E lógico, espera-se que isso não volte a acontecer tão cedo. ~Porque ninguém mereceeee~.
A aquisição de um
recovery kit não está no projeto, porque é um custo que não foi
contabilizado e nem exigido nos investimentos que o gestor terá que
fazer nos 30 anos de concessão. Esse conjunto de equipamentos, adquirido
pela TAM no ano passado, custou R$ 2 milhões.
Bom, pra quem nunca ouviu falar em um recovery kit, é mais ou menos o que a imagem abaixo mostra:
A
TAM é a única companhia certificada pela International Airlines
Technical Pool (IATP), associação que reúne empresas aéreas de todo o
mundo, para utilizar seu recovery kit em resgates na América Latina.
Pelo acordo firmado com a IATP, todas as associadas contam com o auxílio
do equipamento e da equipe da TAM na região. As demais companhias
também podem solicitar o serviço, que será negociado de acordo com as
características do evento, ou seja, de acordo com o tamanho do estrago.
O
Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) define que as despesas de
remoção e desinterdição do local do acidente aeronáutico, inclusive em
aeródromo, correrão por conta do explorador da aeronave acidentada,
desde que comprovada a sua culpa ou responsabilidade.
Caso
o explorador não disponha de recursos técnicos ou não providencie
tempestivamente a remoção da aeronave ou de seus restos, a administração
do aeroporto se encarregará dessa providência
“A
empresa demorou muito para providenciar a remoção e a Infraero deveria
ter tomado a frente para liberar logo a pista. Uma interdição de 5 a 6
horas é aceitável, mas 45 horas é inadmissível. Isso mostra que as
pessoas que atuam no terminal não estão preparadas para uma situação
como essa. Faltou ação da Infraero”, afirmou o especialista em
infraestrutura aeroportuária e ex-superintendente de Viracopos, Mozart
Mascarenhas Alemão.
Prejuízo da Azul pode chegar a R$ 2,5 milhões
A
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou
que não fez as contas para saber quanto deixou de recolher em tarifas
cobradas das empresas aéreas por embarques, pouso e permanência,
armazenagem e capatazia. Mas, levando em consideração a receita de R$
179,7 milhões com essas tarifas em 2010 — último levantamento divulgado —
o prejuízo beira a casa de R$ 1 milhão.
A
Azul, maior prejudicada com a interdição — deixou de atender 25 mil
passageiros — também não informou o prejuízo, que deve estar na casa de
R$ 2,5 milhões, se calculado o valor médio das tarifas domésticas no
País — de R$ 271,69, segundo a Anac.
Nas 45
horas de interdição seguidas ao acidente com o avião cargueiro, 507 voos
foram cancelados, segundo a Infraero — 239 partidas e 268 chegadas. O
caos que se instalou em Viracopos prejudicou cerca de 25 mil
passageiros, de acordo com a Azul, que tem seu centro de distribuição de
voos em Campinas.
De toda forma, o
acidente da Centurion Cargo expôs falhas e despertou a necessidade de se
repensar a estrutura existente. O novo gestor Brasil Viracopos, que
assumiu o aeroporto de Campinas, já anunciou a antecipação da segunda
pista, mesmo antes do incidente. É uma providência oportuna e inadiável
que se espera inaugure um novo tempo para Viracopos.
Eu, hoje penso que devemos agradecer por ninguém ter se machucado, pois sim, poderia ter sido muito pior. Ele poderia ter derrapado, perdido o controle total da aeronave, devido ao seu peso, e se jogado contra outra aeronave ou mesmo contra as dependências do aeroporto, estacionamentos, pessoas, enfim..
Espera-se que um transtorno como esse, tão desagradável, não volte a acontecer, e que a nova gestão do Viracopos atente para providências mais ágeis para situações parecidas.
Entre 13 e 15 de outubro de 2012 muita coisa deixou de acontecer. Contratos não foram assinados, não houveram abraços, encontros, reencontros e nem despedidas. De certa forma, o mundo parou para algumas pessoas. Algo se adiou, e por alguma razão. Mas como já dizia Fernando Anitelli, "descobrir o verdadeiro sentido das coisas, é querer saber demais", a nós, simples mortais, resta apenas torcer pra que daqui em diante, tudo volte ao normal. E que os encontros, reencontros, despedidas, abraços e contratos, voltem a fazer parte da rotina do nosso querido Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas - S.P.
Não o conhece ainda? Não sabe o que está perdendo. Dá só uma olhada: www.viracopos.com.br
Por hoje é isso!
Beijinhos e byee \o/